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Feio não é ser feminista, feio é acreditar que a igualdade já existe


  Ao longo da história, observa-se que as mulheres eram encarregadas, inicialmente, apenas pela manutenção de seus lares, educação dos filhos e outras atividades consideradas unicamente femininas, como costurar. Além disso, trabalhar fora de casa, usar calças e participar de assuntos políticos era quase impossível. O sufrágio, que é o direito ao voto, beneficiava apenas homens ricos, excluindo não só as mulheres, mas também aos escravos e pobres da participação da democracia. Com isso, mulheres sufragistas, como ficaram conhecidas, se reuniram manifestando contra esse sufrágio excludente e conquistaram, junto a outros movimentos sufragistas, mais tarde, o sufrágio universal.

    O mundo foi mudando, a mulher conquistou o direito de trabalhar e até mesmo utilizar calças, o que era um símbolo basicamente masculino, mas que tornou-se um item fundamental para a maior mobilidade das mulheres que começaram a trabalhar fora de casa. Embora conquistado o direito ao trabalho, a mão de obra feminina era mais barata e a jornada de trabalho maior do que a dos homens. Por conta disso, mais mulheres foram se mobilizando e lutando contra essa escravidão mascarada. O dia 8 de março, reconhecido como Dia Internacional da Mulher, foi marcado por mulheres que foram espancadas, em 1857, dentro de uma fábrica por realizarem uma greve que reivindicava os seus direitos trabalhistas, clamando a igualdade.
    Diversas foram as vezes que mulheres lutaram por seus direitos, seja pelo voto, a igualdade no trabalho ou até mesmo, por mais respeito dentro da sociedade. O movimento feminista vem crescendo e repercutindo nas mídias há um bom tempo e muitos ainda o encaram com aversão, sem ao menos saber do que se trata esse ativismo. Muitos acreditam que o feminismo é o oposto ao machismo, e que quer tornar a mulher superior ao homem. Entretanto, o movimento luta pela igualdade de gênero, equidade salarial e pelo respeito da sociedade com as mulheres e suas escolhas. O feminismo luta contra a tão falada frase: "isso não é coisa pra mulher fazer" e contra a imposição de casamento, maternidade, entre outros aspectos que tornam-se quase que obrigatórios para a parcela feminina da sociedade.
    Além disso, o combate ao machismo é o principal ideal para o movimento. Diariamente, mulheres são agredidas verbal e fisicamente, por uma única razão: serem mulheres. Os milhares de casos de estupros no Brasil mostram o quanto há necessidade de combater ao machismo, o quanto há a necessidade da educação, do respeito. Pessoas justificam agressões e a violência sexual com o horário e com a roupa usada quando, na verdade, deveriam justificar com o caráter ridículo de alguns, que se vêem no direito de assediar e agredir alguém. Também, vítimas dessas violências ainda não denunciam os casos de agressão por acharem que estão erradas ou por pensarem que a situação vai ser ainda pior. O apoio psicológico à uma vítima de estupro no Brasil, por exemplo, inexiste.
    Ser feminista, afinal, vai muito além de querer ou não ter filhos, de querer ou não trabalhar fora de casa, de querer ou não ter um casamento. Você pode ser feminista e casar, ter filhos, ficar em casa, assim como você também pode não querer tudo isso. É uma questão de escolha e de respeito pela escolha alheia, uma questão de direitos. Você tem o direito de fazer o que quiser, a escolha é sua, a nossa obrigação, como sociedade, é respeitar o que você decidiu. O extremismo em qualquer movimento leva as pessoas a enxergá-los com maus olhos e, em todo movimento ou crença, há quem o leve ao extremo. É assim no caso do cristianismo, do movimento LGBT, no ativismo negro, e é claro, no feminismo, levando pessoas à aversão ao movimento sem ao menos conhece-lo. Antes de falar, opinar, defender com unhas e dentes algo, é importante pesquisar à fundo, ver os dois lados, os prós e os contras, evitando uma visão equivocada sobre tudo. 

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